Não controlei um gemido que o teu gesto provocara.
“- Shiu…” disseste baixinho. Mas continuavas a brincar com fio ora puxando ora soltando, e eu sentia-me cada vez mais prestes a perder o controle… um puxão mais forte e tiraste uma das bolas, e com ela um grito que em vão tentei abafar.
“- Não disse para te calares?” murmuraste ao meu ouvido.
- Sim, mas…
“- E disse-te que agora podias falar?” Novamente aquele tom que começava a detestar.
Sustive a respiração. Foi quase sem surpresa que senti a primeira palmada… e as que se seguiram. Mordi o lábio inferior ao mesmo tempo que tentava evitar que qualquer som escapasse da minha boca.
Colocaste-te ao lado da cama para facilitar o que estavas a fazer… e para permitir que com a outra mão continuasses a brincar com as bolas… a dor e o prazer misturavam-se… quase diria que a primeira acentuava a forma de sentir o segundo… as lágrimas não tardaram a cair e eu já nada fazia para as suster.
Também os gemidos algo soluçados escapavam sem que os pudesse conter.
Foi breve o castigo. Paraste de bater, mas não de brincar com as bolas… um puxão mais forte e arrancaste aquela que ainda se encontrava dentro de mim. Os teus dedos penetraram a minha cona que sentia escorrer…
Tão depressa como o fizeste, tiraste-os de mim… senti que te movias… mas só percebi para onde quando o teu caralho preencheu o espaço pouco antes explorado pelos teus dedos… fazendo-me gemer alto…
Amaldiçoei-me por me ter permitido novamente fazê-lo… receava que parasses como castigo… porque sabias o quanto adorava ter-te assim dentro de mim… o teu caralho a preencher-me daquela forma mais que perfeita… a excitação assumia novas proporções… as tuas mãos nas minhas ancas puxando-me para ti…
“- Queres que me venha?” – perguntaste sem diminuir o ritmo com que enterravas o teu caralho dentro de mim.
“- Responde!”
- Oh sim… por favor… comigo… eu não aguento mais… - murmurei entre gemidos.
Já nada fazia para os controlar, deixando-me levar nas ondas de prazer que se sucediam e agitavam o meu corpo com uma intensidade que desconhecia pudesse existir.
Atingimos o orgasmo em simultâneo. Todo o meu corpo tremia… e nem quando te senti sair de mim o tremor cessou…
“- Anda. Agora vens dar-me banho.”
Deliciosa a sugestão, não fora o tom com que a pronunciaras.
Levantei-me, procurando abstrair-me desse pormenor… e fui forçada a sentar-me na beira da cama, tomada por uma súbita tontura.
“- Estás bem?” - desse tom de preocupação eu gostava…
- Sim. Foi só uma tontura… levantei-me muito depressa…
“- E estás em condições de fazer o que te disse, ou nem por isso?” – a frieza voltara à tua voz.
- Sim. – disse com alguma irritação mal dissimulada.
Fui para a casa de banho. Abri a torneira do chuveiro … a água estava quase tépida… em resultado das temperaturas anormalmente altas para a época. Entrei na banheira e aproveitei para me passar por água…
“- Disse-te para tomares banho?” Não percebi que me seguiras.
- Desculpa… - murmurei surpreendida – eu saio. Pensei que quisesses…
“- Eu digo-te o que quero. E o que não quero. E não quero que penses ou tires conclusões das ordens claras que te dou. Entendido?”
Acenei que sim. Sentia-me à beira das lágrimas. Parte de mim irritada por isso… por perceber que o poder que te cedera me deixava tão vulnerável perante ti.
Saí da banheira e enrolei-me numa das toalhas, deixando que o contacto com a minha pele secasse alguns fios de água que escorriam. Estava calor… por isso não me enxuguei totalmente, experimentando a frescura deixada pela água.
- Queres ajuda para entrar? – perguntei irritada e provocadora.
O olhar que me lançaste gelou-me.
Quem era aquele estranho que estava ali e tomara o teu lugar?
Continua