segunda-feira, 20 de abril de 2009

Interlúdio

Por vezes preciso de momentos comigo. Não diria que aprecio a solidão, mas há alturas em que tenho necessidade de estar sozinha. A música certa a tocar, um vinho gelado a entorpecer docemente os sentidos e o mar tenuamente iluminado por uma lua que já foi cheia…
Perco-me na beleza da paisagem… nesse mar imenso que amo com uma intensidade que raia a loucura.
O reflexo da lua e das poucas estrelas que se atreveram a aparecer, espraia-se nas águas escuras.
Deslumbrante… perfeito em seu mistério.

Lembras-te da última vez que aqui estivemos?
Discutimos por um qualquer motivo sem sentido.
Jantaste sozinho.
Eu resolvi sair.
A noite estava como a de hoje. Fria, escura… um vento desagradável que gelava por dentro… ou talvez por dentro já estivesse gelada…

Fui até à praia. Partilhar as lágrimas com o meu eterno amante. Gelada a areia quando me descalcei. Mais gelada ainda a água. Molhei as mãos e passei-as no rosto… acalmou-me estar ali. O cheiro e o gosto do sal na pele…
Tudo parecia tão sem sentido visto dali. Perante aquele vasto mar mais patético parecia o motivo da discussão.
Estava frio e tinha saído sem casaco. Devia voltar… mas queria ficar, só mais um pouco… Sentei-me numa espreguiçadeira, daquelas que ficam abandonadas na areia para o dia seguinte, e enrolei os braços à volta dos joelhos na tentativa de reunir algum calor.
Só mais um pouco… sentia o corpo meio dormente. Talvez fosse mesmo altura de voltar.
Forcei-me a levantar e a percorrer o espaço que me levava de volta.
Só quando cheguei a casa me apercebi de que saíra sem chave. Não fazia ideia que horas eram… apenas que tinha de tocar à campainha para poder entrar.

Abriste a porta e afastaste-te dando-me passagem.
- Desculpa – disse meio a resmungar – esqueci-me da chave.

“- Quando queres és insuportável, sabias?” – disseste antes de me encostar à parede e de me tapar a boca com um beijo intenso que me impediu de te responder.
“-Sabes a sal…” – sussurraste.
As tuas mãos queimavam na minha pele, acariciando, explorando, despertando um fogo que aos poucos derretia o gelo que era o meu corpo.
Não sei dizer em que momento abriste o body… incómodo obstáculo à vontade que me… que nos consumia.
Apenas lembro quando me puxaste a saia e me levantaste no ar, as minhas pernas envolvendo a tua cintura.


E quando ali, encostados à parede, num precário equilíbrio, me penetraste com urgência. Os meus braços envolviam o teu pescoço e a minha boca devorava a tua sofregamente.
Cada estocada arrancava um gemido de puro prazer. Intenso, vibrante… urgente. Um desejo animal incontrolável que nos guiava, sem espaço para enganos, pela estrada do prazer… até ao limite do suportável… até ao êxtase final…
Os nossos corpos, suados, tremiam… saciados porém.

Bebo mais um gole de vinho…
Gosto destes momentos só meus, mas o que me faz sorrir é saber que não tardas em chegar.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Desejo


O licor gelado desliza pela garganta deixando um rasto de doçura que suavemente inebria os sentidos, toldando aos poucos a razão...

Ao ritmo da vontade, os meus dedos percorrem o trilho que os teus traçaram no meu corpo ainda há pouco...

Na pele as marcas do desejo mal contido que não parece saciar-se com mais nada... nem ninguém...

Procuro entender o porquê de continuar a entregar-me, o porquê de desejar essa entrega, o porque de ansiar quase desesperadamente por cada toque teu...

Talvez seja algo que não tem de ser entendido, apenas sentido... porque a razão não sabe explicar que loucura é essa que toma conta de mim... e conduz, uma e outra vez, os meus passos para ti...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Playing games IV


“- Deita-te na cama.”

Com algemas forradas a veludo prendeste-me as mãos às colunas que suportavam o dossel, na cabeceira da cama. Sustive a respiração antecipando o prazer.
Fizeste o mesmo com os meus pés que prendeste às colunas de baixo. Encontrava-me totalmente imobilizada. Pensei que me fosses tocar… queria sentir-te. Mas limitaste-te a aumentar progressivamente, até ao limite, a intensidade do ovo vibratório que ainda se encontrava dentro de mim.

Deliciosa a sensação. Insustentáveis os gemidos que me agitavam o corpo. Queria tocar-me e assim alcançar a explosão que sentia a formar-se dentro de mim… mas não podia. E tu também não o fizeste. Limitaste-te a brincar, diminuindo a intensidade quando me adivinhavas perto de atingir o orgasmo.

- Quero sentir-te… gemi.
“- Não. Ainda não…
- Solta-me...
“- Convence-me!”

- Quero-te Paulo! Preciso de te sentir dentro de mim… quero o teu caralho a preencher-me totalmente… enlouqueces-me ao não deixar saciar este desejo que acendes em mim… solta-me… só por uns instantes…
“- Por uns instantes então… apenas isso.”

Soltaste-te da cama e de imediato te envolvi com os meus braços, puxando-te pelos cabelos e apertando-te contra mim. Beijei sofregamente esses lábios que me enlouqueciam… e fiz com te deitasses na cama. Tirei a roupa que ainda escondia o teu corpo de mim e atirei-a para uma cadeira que se encontrava ao lado da cama.

O teu olhar… adoro quando me olhas assim… intensamente… insanamente… um olhar onde o desejo comanda. O brilho que não escondem torna-os ainda mais verdes, sabias?

Meio a sério, meio a brincar coloquei as algemas nos teus pulsos, e prendi-os às colunas da cama…
“- O que estás tu a fazer… malvada.” – sussurraste.
- Shiu… - disse-te a sorrir.

Mordi-te o lóbulo da orelha e desci pelo teu pescoço… beijando cada centímetro de pele, agora à minha disposição… chupei ao de leve os teus mamilos e desenhei com a minha língua um trilho de saliva até ao teu umbigo… a tua respiração ofegante confirmava a excitação que a tua erecção também não saberia negar…

De joelhos na cama, e sem parar de te olhar nos olhos, levei o teu caralho uma vez mais à minha boca… percorri-o com a língua...
- Adoro sentir-te assim… e saber que estás assim por minha causa…

Sentia a tua respiração acelerada... e o bater descompassado do teu coração...

Afastei-me e abri ligeiramente as pernas… com a mão retirei o ovo… esperava que me repreendesses… mas a excitação falou mais alto que qualquer regra.

Coloquei-me sobre ti e guiei o teu caralho para dentro de mim… fi-lo deslizar devagar e depois movendo o quadril forcei-o todo para dentro de mim, não calando um gemido de prazer…
Também tu mordias o lábio inferior...

Sem parar o movimento que te empurrava (ou puxava?) cada vez mais para dentro de mim, deitei-me sobre ti e apoderei-me da tua boca…
“- Pára! Vais fazer com que me venha…”

Mas eu não queria… nem que quisesse conseguiria parar naquela altura. Também eu me sentia prestes a atingir o orgasmo… e não queria adiá-lo mais. Ao invés de parar, acelerei o ritmo até que um grito que soou em uníssono marcou a explosão do prazer… todo o meu corpo tremia… e a respiração teimava em não acalmar…

“- Malvada…” – murmuraste.
- Desculpa…
“- Se não me tivesses prendido à cama agora dava-te umas palmadas… andas a pedi-las…”
- Não seja por isso... mas só se prometeres que antes me dás banho…
“- Eu dou-te banho… mas depois. Solta-me agora.”

Deitei-me sobre ti para desapertar as algemas.
- Vais castigar-me agora? – sussurrei-te ao ouvido de forma provocadora.

Rolaste sobre mim e imobilizaste o meu corpo debaixo do teu. A tua boca tomou conta da minha. As minhas mãos no teu rosto puxavam-te mais para mim.
“- Deixas-me louco…”
- Bem feito… não seria justo que fosses só tu a ter esse efeito em mim…”
Falávamos por murmúrios, saciando-nos em carícias…

“- Quase me esquecia…”
- Sim?
“- Tenho de castigar-te…”
Sentaste-te na cama e puxaste-me de forma a que ficasse no teu colo de barriga para baixo. Uma palmada forte… eu nada disse.

“- Devia dar-te uma por cada minuto de atraso…” - disseste ao meu ouvido.
Um tremor involuntário percorreu o meu corpo.
“- mas íamos perder o resto da tarde… e há formas bem melhores de a ocuparmos…”
Evitei um suspiro de alívio.
Uma outra palmada com mais força ainda. E outra. E outra ainda.
“- Gosto de te ter assim… submissa. E de ver este rabinho lindo bem vermelho…”

Beijei-te… um beijo longo… intensamente saboreado. Inebriava-me a sensação de me entregar a ti.
Pegaste-me ao colo e levaste-me para a banheira… tão bom aninhar-me nos teus braços… pousaste-me e entraste comigo. Puseste a água a correr e empurraste-me para debaixo do chuveiro.
- Não. Está fria ainda!

Claro que fizeras de propósito. Mas não demorou a aquecer. Foi a minha vez de te puxar… a água escorria pelos nossos corpos acariciando cada centímetro da nossa pele. As nossas bocas unidas saciavam outra sede… não usámos o gel, apenas a água e as nossas mãos… sabíamos que antes do dia findar estaríamos novamente ali.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Playing games III


Levantámo-nos e dirigimo-nos ao elevador. O restaurante que escolheras ficava no 1º piso. Àquela hora não havia ninguém nos elevadores.

Mal entrámos, encostaste-me ao espelho e beijaste-me com sofreguidão enquanto a tua mão me acariciava o clitóris. Voltaste a ligar o ovo e eu deixei de fazer qualquer esforço para controlar os gemidos de prazer que os teus dedos me arrancavam.

O elevador parou e a porta demorou a abrir, dando-me tempo para me recompor antes de sair para a rua. Mas não era a rua que nos esperava.

Olhei-te inquisitiva e tu sorriste divertido com a minha surpresa. Pegaste-me na mão e conduziste-me a um quarto… 712, era o número que a porta exibia.

Abriste-a sem hesitar e entrámos. As janelas estavam abertas, iluminando um espaço amplo ocupado por um sofá e uma enorme cama com dossel. Ao lado uma porta para o quarto de banho.

Pendurei-me no teu pescoço inebriada pela deliciosa surpresa que prepararas… e talvez pelo vinho também, e beijei-te longamente, saboreando a tua língua e cada recanto da tua boca.
- Quero-te… quero-te tanto.
“- Eu sei. Mas ainda não.”

Retiraste as minhas mãos do teu pescoço e afastaste-me. Dirigiste-te ao sofá e sentaste-te calmamente acendendo um cigarro.
“Despe-te.”

Comecei a desapertar o vestido que caiu a meus pés. Lentamente desapertei o soutien, acariciando os meus seios no percurso. Descalcei os sapatos de salto alto… e deixei-me ficar nua à tua frente. Entre as pernas apenas o fio que prendia o ovo. Fiz menção de o tirar, sem parar de te olhar. Um ligeiro aceno de cabeça proibiu-me de o fazer.

Como se só então te lembrasses dele, ligaste-o uma vez mais. Um arrepio electrizante percorreu o meu corpo quando o fizeste.
“- Ajoelha-te e toca-te para mim.”

Ajoelhei lentamente e abri ligeiramente as pernas. Com uma mão acariciei o biquinho duro dos meus seios, apertando… enquanto a outra deslizou para o meu clitóris… e comecei a tocar-me. Estava tão molhada, tão quente… aceleraste a intensidade da vibração e com ela o meu ritmo cardíaco, e a minha respiração ofegante…

- Não quero brincar sozinha… quero-te – supliquei.
Sem esperar que dissesses algo, dirigi-me de joelhos até ti. Adorava ver aquele brilho no teu olhar. Acariciei-te por cima dos jeans e senti a tua erecção… não me disseste para parar, por isso continuei, abrindo-te o cinto e desapertando os botões que escondiam de mim o teu caralho…

Coloquei as mãos por dentro dos boxers e toquei-te… estavas tão duro. Tirei-to para fora e comecei a acariciá-lo primeiro com a ponta dos dedos… depois com a língua… humedeci-to todo e chupei devagar a glande, engoli-to com vontade… adoro sentir-te a endurecer e a engrossar mais ainda na minha boca… adoro sentir na boca a tua excitação a aumentar…

Aos poucos aumentei o ritmo, engolindo-to quase todo… lambi e chupei os tomates, antes de voltar a concentrar-me nele.
Nesta altura seguraste os meus cabelos e fizeste que parasse.

- Não… - gemi – deixa-me continuar… prometeste-me sobremesa… - disse-te lasciva.
Riste com vontade.

A tua voa soou rouca quando me respondeste. “- Não quero que me acuses de quebrar uma promessa. Chupa-o, engole-o como só tu sabes fazer…”

Mas não deixaste que o fizesse sozinha. Agarraste-me e forçaste-me a engoli-lo todo… quase me sufocando. Aumentaste o ritmo, forçando-o até ao fundo da minha garganta, mal conseguia respirar e tu não paravas… cada vez mais depressa… até que gemido teu… e um líquido quente escorrendo pela minha garganta marcaram o atingir do orgasmo. Lambi cada gota que ficou… sabes o prazer que me dá dar-te prazer…

Continuavas sentado no sofá. Acendeste novo cigarro e passaste-mo. Aspirei longamente e senti o fumo preencher-me antes de o voltar a expelir. Devolvi-to e deixei-me ficar a aguardar o que estaria para vir...

Continua

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Playing games II


Pouco depois voltaste tu. Fizeste sinal ao empregado que de imediato se aproximou e disseste-lhe que podia trazer as entradas e o vinho que tinhas escolhido.

Olhaste-me nos olhos com um sorriso atrevido, e pousaste a tua mão sobre a minha. Arrepiou-me o teu toque.
Não sustive um gemido quando o ovo que me introduziras começou a vibrar.

“- Shiu…” - disseste baixinho continuando a sorrir e não deixando de me olhar nos olhos.

Dentro de mim o ovo tremia, alternando a intensidade da vibração e deixando-me louca. Mas apenas o rubor da minha face e o brilho dos meus olhos o denunciava.
Apertei as mãos uma na outra na tentativa de controlar as ondas de excitação que corriam pelo meu corpo.

Queria pedir-te para parares, mas a tua expressão demonstrava bem o prazer que estavas a ter com tudo aquilo. Não queria negar-te isso. Mas estava a ser por demais difícil controlar…

O empregado voltou. Pousou as entradas e deu-te o vinho a provar. Imperturbável, mandaste-o servir.
“- Prova.”
A minha mão tremia quando peguei no copo e o levei aos lábios, bebendo um gole que deslizou pela garganta, suave, macio, ligeiramente amargo.
- Delicioso… murmurei.

Levei um dedo ao copo e molhei-o, fazendo-o depois deslizar pelos meus lábios, provocando-te… chupei-o ligeiramente sem parar de te olhar.

O teu olhar não escondia a excitação que o meu gesto provocara… e eu sabia bem disso. Para me mostrares que podíamos os dois brincar àquele jogo, aumentaste a intensidade da vibração, e um gemido escapou dos meus lábios.

- Por favor… - pedi. Sentia que toda eu tremia ao ritmo que me impunhas com o comando que guardaras para ti.
Doce tortura…

Levei o copo aos lábios e bebi mais um pouco. Quase me engasgava quando voltaste a pressionar o botão que regulava a intensidade da vibração.
“- Algum problema? – perguntaste com um sorriso indecentemente provocador.
Acenei que não… problema nenhum… estava a adorar cada momento…

- Quero-te… não podemos sair já?
“- Ora essa e perder o que se afigura um almoço delicioso? Claro que não.”
- Paulo…
“- Não tocaste nas entradas. Não tens fome? – disseste enquanto espetavas um garfo na salada de camarão e ananás.
- Tenho… de ti…

“- Sei... mas terás de esperar. Afinal, foste tu quem se atrasou.”
Acabei por retirar um pedaço de ananás e mordisquei-o. A intensidade da vibração diminuíra, e tornava-se mais fácil tentar agir normalmente.
Tu eras porém o meu único apetite.

Acabei de beber o vinho que tinhas colocado no meu copo e estendi-to para que o enchesses.
“- É melhor comeres qualquer coisa. Não te quero embriagada.”
Mas fizeste-me a vontade e encheste-me o copo.
Quando chegaram os pratos forcei-me a comer qualquer coisa, porque realmente o vinho começava a fazer efeito, ou talvez nem fosse o vinho.

Olhei-te e pensei que eras tu que me embriagavas… com toda a loucura que despertavas, com todo o prazer que me oferecias.
Comeste lentamente saboreando cada garfada e fazendo durar o momento. Eu não conseguia parar quieta. Não imaginava a hora de sair dali e saborear-te. Só tu podias saciar aquela fome.

Finalmente terminaste e fizeste sinal para o empregado, que me perguntou se a comida não me havia agradado, uma vez que mal tocara no prato. Gaguejei uma desculpa qualquer de falta de apetite.

Perguntou se íamos querer sobremesa. Olhei-te em suspenso na expectativa que pedisses o café.
Dando resposta às minhas súplicas silenciosas, pediste dois cafés.

Fizeste sinal que me aproximasse, como se me quisesses contar um segredo e disseste em surdina “- Já te dou a sobremesa.”

Sorri em resposta, mordendo o lábio inferior, como sempre fazia quando estava nervosa. Tinha desejado que o almoço chegasse ao fim. Mas agora aquela ansiedade do que se seguiria entorpecia-me os sentidos, e deixava um friozinho na barriga. Sentia-me a tremer. E agora não era resultado do ovo que enfim desligaras.
Continua

terça-feira, 31 de março de 2009

Playing games


O almoço estava combinado há semanas, mas à última da hora não me consegui livrar de uma situação urgente. Enviei-te um sms, dizendo que chegaria cerca de 15 minutos atrasada. Não respondeste. Já te disse o quanto detesto que o faças? Provavelmente sim…

Os 15 minutos acabaram por se tornar em quase 40. Parte de mim receava que a tua reacção fosse ir embora, mas a outra parte confiava que não o farias.

Quando cheguei não te vi de imediato, julguei o pior… não sei dizer o alívio que senti quando finalmente te percebi numa das mesas perto da janela. Quase corri para ti. Armei-me com o meu melhor sorriso e um pedido de desculpas, mas mal me olhaste quando cheguei.

Vestias uma camisa clara que contrastava com a tua pele morena. Perdi-me nos teus olhos, verdes àquela luz suave que entrava cortada pelo bambu que nos ocultava de quem passeava lá fora, nos terraços.
Comecei a tentar explicar o que acontecera, mas acabei por me calar. O teu olhar não largara o copo de martini que agitavas na mão.

“- Pedi explicações?” – disseste finalmente.
- Não, mas…
“- Então cala-te! Falas quando eu disser para o fazeres. Vamos pedir. O que te apetece?”
- Qualquer coisa… escolhe tu. Não estou com grande apetite…

Chamaste o empregado e pediste umas entradas, mas escolheste logo o prato principal, alertando-o para não demorar em o trazer, mal terminássemos as entradas.
“- Vais à casa de banho e esperas lá por mim. Vai. Agora”

O jogo tinha começado uma vez mais.

A ansiedade e a excitação tomavam já conta de mim.

As casas de banho masculinas e femininas eram antecedidas por um hall comum, com uma bancada que suportava diversos lavatórios e um espelho corrido que ocupava completamente uma das paredes. Esperei aí.

Entrou uma senhora e fingi olhar o espelho como que a retocar a maquilhagem. Ela dirigiu-se a uma das cabines e foi nesta altura que entraste.

Dirigiste-te a mim e voltaste-me de costas, de frente para o espelho. Um dos braços segurando-me pela linha dos ombros, contra ti. Sem pudor a mão que tinhas livre levantou-me o vestido expondo-me perante o espelho. Não usava cuequinhas… sabia que nestes encontros, era assim que me querias. Receava que entrasse alguém, mas não me atrevi a dizer nada.

Deixaste que o vestido caísse e me ocultasse, no preciso momento em que a tal senhora saiu da cabine. Suspirei de alívio. Ela olhou-nos de forma estranha e apressou-se a sair dali.

“-Levanta o vestido.”
Obedeci, expondo uma vez mais perante espelho o meu corpo nu. Com o toque dos teus dedos provocaste um arrepio que percorreu todo o meu corpo.

Levaste uma mão ao bolso do casaco, que entretanto vestiras, e de lá tiraste um brinquedo…
Tratava-se de uma espécie de ovo vibratório. Levaste-o à minha boca e de imediato o lambi, humedecendo-o com a minha saliva.
As minhas mão seguravam ainda o vestido. A porta que dava acesso à saída abriu-se e deixei-o cair, ajeitando-o, disfarçando atrapalhadamente… senti-me mudar de cor.

Mas o senhor que entrou, nem pareceu reparar em nós, dirigindo-se aos lavabos masculinos.

“- Disse-te para largares? – murmuraste
- Não, mas…
“- Shiu! Coloca-te como mandei”
Voltei a levantar o vestido, e com mais força que a necessária, introduziste o ovo na minha cona, que denunciava já o quanto estava excitada. Sufoquei um gemido.

Segurando-me por um braço, levaste-me para a entrada de uma das cabines e entraste comigo. Aí encostaste-me à parede e levantaste-me o vestido. Os teus dedos procuravam agora outra abertura.

- Não… - disse baixinho - por favor… aqui não…
A tua mão tapou-me a boca, quando os teus dedos encontraram o que procuravas, e me penetraste com um deles. Teria gritado certamente, com a dor que provocaste, não fora a tua mão que me impedia de o fazer.

Encostaste-me a mim, e podia sentir mesmo sobre os jeans que usavas, a tua erecção.
“- Vês com me deixas? Desobedeces-me, fazes-me esperar, e ainda assim te desejo tanto… que chega a doer. Devia castigar-te. Tens de aprender a cumprir horários e a fazer o que te mando.”
- Então... castiga-me... - murmurei provocadora.

“Vamos voltar para a mesa. Vai.”

Saí à tua frente e sentei-me devagar. Inebriava-me a excitação que toda aquela situação me causava…

Continua

segunda-feira, 30 de março de 2009

Obrigado...

... por me dares um motivo tão bom para acordar mais cedo ao sábado de manhã...

Adoro quando o fazes.

Miss you already...