terça-feira, 31 de março de 2009

Playing games


O almoço estava combinado há semanas, mas à última da hora não me consegui livrar de uma situação urgente. Enviei-te um sms, dizendo que chegaria cerca de 15 minutos atrasada. Não respondeste. Já te disse o quanto detesto que o faças? Provavelmente sim…

Os 15 minutos acabaram por se tornar em quase 40. Parte de mim receava que a tua reacção fosse ir embora, mas a outra parte confiava que não o farias.

Quando cheguei não te vi de imediato, julguei o pior… não sei dizer o alívio que senti quando finalmente te percebi numa das mesas perto da janela. Quase corri para ti. Armei-me com o meu melhor sorriso e um pedido de desculpas, mas mal me olhaste quando cheguei.

Vestias uma camisa clara que contrastava com a tua pele morena. Perdi-me nos teus olhos, verdes àquela luz suave que entrava cortada pelo bambu que nos ocultava de quem passeava lá fora, nos terraços.
Comecei a tentar explicar o que acontecera, mas acabei por me calar. O teu olhar não largara o copo de martini que agitavas na mão.

“- Pedi explicações?” – disseste finalmente.
- Não, mas…
“- Então cala-te! Falas quando eu disser para o fazeres. Vamos pedir. O que te apetece?”
- Qualquer coisa… escolhe tu. Não estou com grande apetite…

Chamaste o empregado e pediste umas entradas, mas escolheste logo o prato principal, alertando-o para não demorar em o trazer, mal terminássemos as entradas.
“- Vais à casa de banho e esperas lá por mim. Vai. Agora”

O jogo tinha começado uma vez mais.

A ansiedade e a excitação tomavam já conta de mim.

As casas de banho masculinas e femininas eram antecedidas por um hall comum, com uma bancada que suportava diversos lavatórios e um espelho corrido que ocupava completamente uma das paredes. Esperei aí.

Entrou uma senhora e fingi olhar o espelho como que a retocar a maquilhagem. Ela dirigiu-se a uma das cabines e foi nesta altura que entraste.

Dirigiste-te a mim e voltaste-me de costas, de frente para o espelho. Um dos braços segurando-me pela linha dos ombros, contra ti. Sem pudor a mão que tinhas livre levantou-me o vestido expondo-me perante o espelho. Não usava cuequinhas… sabia que nestes encontros, era assim que me querias. Receava que entrasse alguém, mas não me atrevi a dizer nada.

Deixaste que o vestido caísse e me ocultasse, no preciso momento em que a tal senhora saiu da cabine. Suspirei de alívio. Ela olhou-nos de forma estranha e apressou-se a sair dali.

“-Levanta o vestido.”
Obedeci, expondo uma vez mais perante espelho o meu corpo nu. Com o toque dos teus dedos provocaste um arrepio que percorreu todo o meu corpo.

Levaste uma mão ao bolso do casaco, que entretanto vestiras, e de lá tiraste um brinquedo…
Tratava-se de uma espécie de ovo vibratório. Levaste-o à minha boca e de imediato o lambi, humedecendo-o com a minha saliva.
As minhas mão seguravam ainda o vestido. A porta que dava acesso à saída abriu-se e deixei-o cair, ajeitando-o, disfarçando atrapalhadamente… senti-me mudar de cor.

Mas o senhor que entrou, nem pareceu reparar em nós, dirigindo-se aos lavabos masculinos.

“- Disse-te para largares? – murmuraste
- Não, mas…
“- Shiu! Coloca-te como mandei”
Voltei a levantar o vestido, e com mais força que a necessária, introduziste o ovo na minha cona, que denunciava já o quanto estava excitada. Sufoquei um gemido.

Segurando-me por um braço, levaste-me para a entrada de uma das cabines e entraste comigo. Aí encostaste-me à parede e levantaste-me o vestido. Os teus dedos procuravam agora outra abertura.

- Não… - disse baixinho - por favor… aqui não…
A tua mão tapou-me a boca, quando os teus dedos encontraram o que procuravas, e me penetraste com um deles. Teria gritado certamente, com a dor que provocaste, não fora a tua mão que me impedia de o fazer.

Encostaste-me a mim, e podia sentir mesmo sobre os jeans que usavas, a tua erecção.
“- Vês com me deixas? Desobedeces-me, fazes-me esperar, e ainda assim te desejo tanto… que chega a doer. Devia castigar-te. Tens de aprender a cumprir horários e a fazer o que te mando.”
- Então... castiga-me... - murmurei provocadora.

“Vamos voltar para a mesa. Vai.”

Saí à tua frente e sentei-me devagar. Inebriava-me a excitação que toda aquela situação me causava…

Continua

segunda-feira, 30 de março de 2009

Obrigado...

... por me dares um motivo tão bom para acordar mais cedo ao sábado de manhã...

Adoro quando o fazes.

Miss you already...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Quero-te

O cheiro da tua pele ficou entranhado na minha.

Na minha boca o sabor dos teus lábios.

No meu corpo, as marcas deixadas pela urgência do desejo já se desvanecem…

Mas não a fome que tenho de ti.

Como um vício… não consigo saciar toda a vontade que despertas em mim.

Os instantes que roubámos ao tempo souberam a pouco…

Quero mais… preciso de te sentir, preciso que apagues este fogo que me incendeia, consumindo-me sem piedade.

Quero-te.

segunda-feira, 23 de março de 2009

... somente sexo e amizade III


O teu braço envolvendo-me e apertando-me contra ti, as tuas mãos acariciando-me as nádegas, trouxeram-me de volta à realidade. Fui surpreendida pelo ardor que nelas sentia ao mero toque.

“- Estás bem?" – murmuraste.
- Estou… acho…

Tiraste-me a venda e olhaste-me nos olhos. Com a língua apanhaste uma lágrima que caía ainda…
“- Magoei-te?”
- Só quando me disseste para ir embora…
“- Não ía deixar que fosses…”
- Quero-te! Preciso de te sentir… preciso tanto de te sentir...
“- Estou aqui. Deita-te na cama.”

Vi no espelho do quarto as marcas vermelhas que as minhas nádegas exibiam. Não reprimi um gemido quando me sentei na cama.

Juntaste as minhas mãos por cima da cabeça e prendeste-as à cama com a fita de cetim que me pediras para trazer…

Olhei para ti com uma pergunta no olhar que não fui capaz de formular…
Deslizaste as tuas mãos pelo meu rosto, pescoço, detendo-te por momentos nos meus seios que acariciaste. O teu olhar denunciava o desejo que cada toque teu demonstrava.

Acho que isso me acalmou… deixei que continuasses sem mais perguntas…
A tua boca tomou conta da minha e beijaste-me sofregamente… aí percebi a urgência do desejo, que também tinha já tomado conta de mim.

Percorreste com a língua em movimentos circulares a auréola dos meus seios, chupando um mamilo e apertando outro com a ponta dos teus dedos.
Indescritível o prazer que me davas…

Traçando uma linha de saliva por onde passava, a tua língua chegou à minha cona… e aí se deixou ficar. Lambendo, chupando, de forma intensa e ritmada, deixando-me louca de prazer.
- Fode-me… - supliquei - quero sentir-te dentro de mim… preciso de te sentir…

Acedeste ao que te pedi. Também tu ansiavas pelo mesmo que eu.

Fizeste-o de forma quase violenta, enterrando o teu caralho na minha cona quente e tão molhada… forçando-o mais e mais até ao fundo de mim… cada vez mais depressa… tão grosso, tão duro… a tua respiração tão acelerada… o teu olhar… naquele momento só nós existíamos, só nós éramos reais… e contudo, sentia-me como se estivesse a viver um sonho… fora do tempo, fora de mim.

Sentia-me como se o meu corpo não me pertencesse, pois deixara de me obedecer, transportado a um universo, onde só o prazer era real…
Atingimos juntos o orgasmo numa explosão de sentir.

Deixaste-te ficar dentro de mim… sentia os braços dormentes da posição em que me encontrava.
- Solta-me – pedi – quero abraçar-te…
Mexendo-te devagar, soltaste o laço que prendia as minha mãos e então pude fazê-lo… envolvi-te num abraço apertado, como se te pudesse trazer todo para dentro de mim…

Dei por mim a sorrir… sentia em mim o eco de uma música antiga…
… “então tá combinado, é quase nada… é tudo somente sexo e amizade.”

Apertaste-me com mais força contra ti. As tuas mãos passeavam no meu corpo, que respondia a cada toque… ensaiando um recomeço.
“- És linda.”
E a tarde mal tinha começado…

quinta-feira, 19 de março de 2009

Presente!

Recebi de presente este selo lindo, oferecido pela querida {Nanda}_A que nos oferece poesia em forma de prosa, transbordante de sentimentos... no blog “Pensamentos Soltos.”
Com o selo vem um pequeno questionário.

1) O que te move?
A paixão pela Vida. O tentar ser hoje melhor do que ontem, nem sempre com sucesso…mas nunca desistindo.

2) O que te levou a escrever um blog?
Não confio na memória para guardar com todos os detalhes que merecem, momentos únicos que tive a sorte de viver. O gosto pela escrita, o facto desta me ajudar a relativizar o que vivo, emoções, sentimentos…
E claro, não podia deixar de referir como um bónus os comentários, críticas e opiniões de terceiros que partilham comigo parte do seu tempo ao ler o que escrevo.


3) Um grande defeito seu?
Talvez a intolerância… principalmente comigo, mas também com os outros… algo que venho tentando corrigir.

4) Uma grande virtude sua?
Saber ouvir. (ok... não é assim tão grande… não sou propriamente uma pessoa virtuosa...)

5) Um desejo realizado?
Ter tido a sorte de encontrar na vida pessoas que me conhecem por todos os prismas e ainda assim gostam de mim, aceitando-me como sou, e por ter o privilégio de lhes chamar Amigos.

6) Um desejo a realizar?
Não perder tempo. Viver intensamente esta aventura que é a Vida, evitando repetir erros.

7) A maior loucura…
Viver! Acordar todos os dias com a coragem de enfrentar uma sociedade que critica sem condescendência, que julga, sem apelo nem agravo, que oprime só porque tem o poder de o fazer, que ostraciza e aliena quem tem a coragem de ser diferente… e ainda assim dar graças a Deus pela oportunidade de estar viva. Só pode ser loucura...

Ofereço ambos a todos vocês que me visitam.

segunda-feira, 16 de março de 2009

... somente sexo e amizade (cont.)

A dada altura tiraste-o da minha boca.
Percebi que querias prolongar o desejo… prolongar o prazer…

Levantaste-me e fizeste com que me sentasse na cama. Instintivamente cruzei os braços, que de imediato afastaste.

Sussurraste-me ao ouvido: “- Diz-me que és minha.”
- Sou tua… murmurei baixinho. Não conseguia controlar as ondas de prazer que se sucediam, na expectativa do que estava para vir…
Percebeste isso no ritmo da minha respiração… e na humidade que sentiste quando me penetraste com dois dedos… fazendo-me gemer.

“- Diz que me pertences! E que posso fazer contigo o que quiser.” Falaste tão baixo… mas poucas vezes as tuas palavras tiveram mais força.

- Sou tua Paulo… atrevi-me a dizer. Não conseguia pronunciar o resto…
“- Então? Porque não continuas?”
- Tenho medo… não conheço a personagem que representas. Tenho medo que leves isto longe demais e me magoes…

Fui invadida por uma estranha e incontrolável vontade de chorar… sentia o nó que se formava na garganta sem o poder evitar. E sem que este fizesse qualquer sentido para mim...

“- Muito bem. – disseste – não quero fazer nada contra a tua vontade!”
Surpreendeu-me a frieza da tua voz.
“- Veste-te e vai-te embora. Falamos noutra altura.”

A dor que aquelas palavras provocaram foi mais do que pude suportar. As lágrimas corriam já sem que as tentasse deter, molhando o veludo que ainda me mantinha na escuridão.

Senti as tuas mãos na minha nuca, desapertado o pano que me vendava, e só nessa altura reagi.
- Não. Espera por favor. Desculpa. Podes fazer comigo o que quiseres. Sou tua…

Ouvi-me pronunciar tais palavras sem acreditar que o estava a fazer, sem acreditar que era eu que as havia proferido.
“- Tens a certeza?” perguntaste ainda.
Acenei que sim. Sentia-me incapaz de proferir mais uma palavra que fosse.

“ Quero-te de joelhos, com as mãos no chão.”
Dei por mim a obedecer.

A primeira palmada apanhou-me de surpresa, e involuntariamente movi-me para lhe fugir.
“- Quieta!” Disseste, num tom que não admitia réplica.
Depois veio a segunda, e a terceira… batias com força numa e noutra nádega e sentia já o ardor a intensificar-se.

Devo estar a ficar louca para admitir isto, pensei para mim.

Eis quando a tua outra mão me começou a acariciar o clitóris, de uma forma intensa e ritmada, como só tu o sabias fazer… quase escorria de tão molhada…

Foi tão estranho. A intensidade do prazer que me oferecias com uma mão quase me fez esquecer a dor que a outra me infligia. Estranhamente dei por mim a não querer que parasse, nem uma, nem outra…

O acelerar da minha respiração… os gemidos de prazer que já não conseguia conter, aliavam-se às lágrimas. Não sabia se chorava de dor ou prazer… sabia apenas que nunca na minha vida tinha sentido nada assim… tão intenso!

Não paraste de me acariciar até que atingisse o orgasmo… o que não tardou a acontecer.
A intensa convulsão que me percorreu o corpo e o grito que não fiz por calar, denunciou-o.

Nunca sentira um orgasmo com tanta intensidade. Indescritível a sensação que me envolveu, como se o tempo tivesse parado…

(continua)

quinta-feira, 12 de março de 2009

...somente sexo e amizade

Amei-te e odiei-te naquela tarde.
  • Abriste-me a porta e com um olhar silenciaste as palavras que não cheguei a proferir.

Recusaste-me o beijo e de uma forma fria, na qual não te reconheci, disseste-me que fechasse os olhos. Obedeci, ainda sem perceber que novo jogo era aquele, mas ansiosa por nele entrar.

Senti o toque do veludo no meu rosto quando me vendaste. Não soube reprimir a surpresa, sufocando um grito que não o chegou a ser.

A minha respiração e o bater descompassado do meu coração denunciavam o estado de efervescência em que me encontrava.

Guiaste-me através da escuridão que me tinhas imposto, por uma casa que não conhecia, amparando-me quando tropecei.

Senti que as tuas mãos me desapertavam, sem pressa, a blusa que usava. Tocaste ao de leve na minha pele, provocando um arrepio, seguiste a linha do meu pescoço, descendo até que a tua mão se reteve no meio seio… envolvendo-o, apertando com força o mamilo que denunciava o desejo que despertavas em mim.

Apertaste mais até me magoar. Arfei, num misto de receio e excitação.
- Pára! Que raio julgas…

Não me deixaste continuar, tapando-me a boca com um beijo. Um beijo que há muito desejava. Aceitei-o com sofreguidão… e então paraste de me beijar.

A dor do desejo não satisfeito era intensa… ou seria apenas aquela que os teus dedos provocavam ainda ao apertar?
- Porquê tudo isto?

“- Shiu! Não quero mais perguntas. Só respostas e apenas quando eu as pedir.”

Tiraste-me a saia e percorreste com ponta dos dedos a renda do cinto de ligas que me tinhas pedido para usar. Sentia as tua mãos acariciando-me as pernas, tocando ao de leve os joelhos que tremiam.

Arrancaste-me o soutien e com ele um grito que não consegui evitar.
- Será preciso amordaçar-te? Preferia não o fazer…
Acenei-lhe que não.

Deixaste-me de pé, sozinha… no meu corpo apenas as meias e o cinto de ligas. Tinhas-me dito para não usar tanguinha e assim fiz… nesta altura já me questionava se teria feito a coisa certa.

Assustava-me aquele estranho em que te tornaras. Mas também me excitava de uma forma que me surpreendia.

Num momento senti a tua respiração ofegante junto do meu rosto e julguei que me ias beijar… entreabri os lábios de expectativa. Precisava de te sentir… mas apenas senti as tuas mãos nos meus ombros, forçando-me a ajoelhar.

Senti nessa altura que aproximavas o teu caralho da minha boca… tão duro… molhei-o com a língua e deixei que os meus lábios o envolvessem, chupando, engolindo-o, sentindo-o cada vez mais duro…
E então tiraste-o.

“- Pede-me. Diz-me o quanto o queres chupar!”
Sabias o quanto adorava fazê-lo, o quanto me excitava senti-lo a endurecer e engrossar ao ritmo com que o chupava.
- Deixa-me chupar-te…
“- Convence-me que o queres!”
- Quero… muito… sabes isso. Deixa-me sentir o teu caralho na minha boca… deixa-me mostra-te a vontade que tenho de ti… deixa-me…

Não me deixaste dizer mais nada, antes permitiste que continuasse o que pouco antes interromperas, enchendo-me a boca com ele.

As tuas mãos na minha nuca impunham um ritmo cada vez mais acelerado, empurrando até te ao fundo, dificultando-me a respiração… mas saciando o desejo que tinha de ti.
(continua)

quarta-feira, 11 de março de 2009

O meu primeiro selinho


Obrigado Desire.
Adorei a sensualidade da foto, acentuada pelo contraste com o vermelho.
Vou fazer por estar à altura de o merecer... ;)

terça-feira, 10 de março de 2009

Meu segredo


Entre suspiros e palavras escondidas, deixamos que a vida siga o seu rumo.
Sozinhos seguimos com ela.
Mas existem aqueles momentos em que iludimos o tempo e a vida suspende o tal rumo... e aí somos nós quem faz o agora.

Nesses instantes descobrimos o que verdadeiramente dá sentido aos dias.
Intensamente, como quem não tem nada a perder. Secretamente, porque subsiste uma réstea de razão... um ténue fio que nos liga a outras vidas. Apaixonadamente, porque não sabemos ser de outro modo.