quarta-feira, 29 de abril de 2009

Submissão II

Não controlei um gemido que o teu gesto provocara.
“- Shiu…” disseste baixinho. Mas continuavas a brincar com fio ora puxando ora soltando, e eu sentia-me cada vez mais prestes a perder o controle… um puxão mais forte e tiraste uma das bolas, e com ela um grito que em vão tentei abafar.
“- Não disse para te calares?” murmuraste ao meu ouvido.
- Sim, mas…
“- E disse-te que agora podias falar?” Novamente aquele tom que começava a detestar.

Sustive a respiração. Foi quase sem surpresa que senti a primeira palmada… e as que se seguiram. Mordi o lábio inferior ao mesmo tempo que tentava evitar que qualquer som escapasse da minha boca.

Colocaste-te ao lado da cama para facilitar o que estavas a fazer… e para permitir que com a outra mão continuasses a brincar com as bolas… a dor e o prazer misturavam-se… quase diria que a primeira acentuava a forma de sentir o segundo… as lágrimas não tardaram a cair e eu já nada fazia para as suster.
Também os gemidos algo soluçados escapavam sem que os pudesse conter.

Foi breve o castigo. Paraste de bater, mas não de brincar com as bolas… um puxão mais forte e arrancaste aquela que ainda se encontrava dentro de mim. Os teus dedos penetraram a minha cona que sentia escorrer…

Tão depressa como o fizeste, tiraste-os de mim… senti que te movias… mas só percebi para onde quando o teu caralho preencheu o espaço pouco antes explorado pelos teus dedos… fazendo-me gemer alto…

Amaldiçoei-me por me ter permitido novamente fazê-lo… receava que parasses como castigo… porque sabias o quanto adorava ter-te assim dentro de mim… o teu caralho a preencher-me daquela forma mais que perfeita… a excitação assumia novas proporções… as tuas mãos nas minhas ancas puxando-me para ti…
“- Queres que me venha?” – perguntaste sem diminuir o ritmo com que enterravas o teu caralho dentro de mim.
“- Responde!”

- Oh sim… por favor… comigo… eu não aguento mais… - murmurei entre gemidos.
Já nada fazia para os controlar, deixando-me levar nas ondas de prazer que se sucediam e agitavam o meu corpo com uma intensidade que desconhecia pudesse existir.
Atingimos o orgasmo em simultâneo. Todo o meu corpo tremia… e nem quando te senti sair de mim o tremor cessou…

“- Anda. Agora vens dar-me banho.”
Deliciosa a sugestão, não fora o tom com que a pronunciaras.
Levantei-me, procurando abstrair-me desse pormenor… e fui forçada a sentar-me na beira da cama, tomada por uma súbita tontura.
“- Estás bem?” - desse tom de preocupação eu gostava…
- Sim. Foi só uma tontura… levantei-me muito depressa…

“- E estás em condições de fazer o que te disse, ou nem por isso?” – a frieza voltara à tua voz.
- Sim. – disse com alguma irritação mal dissimulada.

Fui para a casa de banho. Abri a torneira do chuveiro … a água estava quase tépida… em resultado das temperaturas anormalmente altas para a época. Entrei na banheira e aproveitei para me passar por água…
“- Disse-te para tomares banho?” Não percebi que me seguiras.
- Desculpa… - murmurei surpreendida – eu saio. Pensei que quisesses…
“- Eu digo-te o que quero. E o que não quero. E não quero que penses ou tires conclusões das ordens claras que te dou. Entendido?”

Acenei que sim. Sentia-me à beira das lágrimas. Parte de mim irritada por isso… por perceber que o poder que te cedera me deixava tão vulnerável perante ti.

Saí da banheira e enrolei-me numa das toalhas, deixando que o contacto com a minha pele secasse alguns fios de água que escorriam. Estava calor… por isso não me enxuguei totalmente, experimentando a frescura deixada pela água.

- Queres ajuda para entrar? – perguntei irritada e provocadora.
O olhar que me lançaste gelou-me.
Quem era aquele estranho que estava ali e tomara o teu lugar?

Continua

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Submissão

Não recordo bem como tudo começou. Qual foi o catalisador que terá feito surgir as primeiras conversas sobre o assunto.

Submissão. Um “jogo” que quisemos experimentar. Um fetiche que partilhávamos e que juntos quisemos tornar real.
Ambas as situações me excitavam… estar na posição de submissa… ou na de dominadora. Foi um pouco ao acaso que escolhemos os primeiros papéis, que mais tarde invertemos e voltámos a inverter, acabando onde tínhamos começado.

Engraçado como pouco a pouco, os limites que traçáramos, definindo os parâmetros da relação que nos permitiríamos ter, iam sendo removidos.

Foi ao assumir o papel de submissa que tomei consciência da confiança que tinha em ti.
A simples ideia de entregar, não apenas o meu corpo, mas a minha própria vontade, nas tuas mãos, ao invés de despertar receio, despertou apenas uma nova forma de excitação, intensa a um ponto que me apanhou desprevenida.

Algemas, vendas… não eram brinquedos novos, mas assumiam naquele jogo um novo papel, mais profundo, porque a vontade que ditaria a sua função seria, desta vez, unicamente a tua.
E eu… limitar-me-ia a seguir a tua vontade… o teu desejo… o teu prazer… estranhamente toda a situação acabou por me dar a mim um prazer inigualável.

Delineadas algumas regras, foi com um misto de receio e ansiedade, excedido apenas pela excitação que tomava conta de nós, que nos lançámos nesse “jogo” e assumimos os papéis que nos caberiam, como actores numa peça em que o enredo estava nas tuas mãos.

À hora marcada cruzámo-nos, como se por acaso, no hall do prédio. O facto de ser na tua casa, um local que eu já conhecia, dava-me uma certa segurança, uma certa sensação de aconchego.

Nada disseste e eu mantive-me calada. Entrámos no elevador e mal a porta fechou encostaste-me contra o espelho. Sentia a tua respiração tão acelerada como a minha… com uma mão levantaste a saia e acariciaste-me as nádegas… confirmando se eu tinha vindo como ordenaras. Completamente depilada, nada por baixo da saia.

Aquela total ausência de palavras começava a provocar em mim algum desconforto… não desagradável porém… de alguma forma semelhante ao provocado pelas bolas chinesas que me mandaras usar… e que naquele momento preenchiam a minha cona… quase quebrei a regra do silencio e te pedi para parares o elevador naquele momento. Quase…

Quebraste o contacto com o meu corpo, e mantiveste uma postura de indiferença, que não me agradou de todo, até o elevador parar.

Abriste a porta do apartamento e fizeste-me sinal para entrar. A tensão que a tua atitude me provocava estava a tornar-se difícil de suportar.

Conduziste-me ao meio da sala e sentaste-te no sofá, como espectador de um filme que se desenrolava perante ti.
“- Despe-te.”
A aspereza da tua voz surpreendeu-me… parte de mim tentava relembrar-me que estávamos apenas a jogar um jogo que ambos escolhêramos.

Desapertei lentamente os botões da blusa e depois a saia que caiu aos meus pés. Baixei-me para a apanhar…
“- Deixa. Continua.”
Tirei a blusa e desapertei o soutien desnudando os meus seios que não permitiam negar a excitação que sentia no momento. Baixei-me para desapertar as sandálias, e pu-las de lado.

Tu limitaste-te a olhar-me com uma expressão algo displicente, não fosse o brilho desse olhar que eu tão bem conhecia, a denunciar-te.
“- Fizeste o que te mandei?”

Tinhas-me proibido de me tocar no dia que antecedeu o nosso encontro.
Acenei que sim.

“- Vai para o quarto. Quero-te na cama, de quatro, virada para a parede… as pernas afastadas.”
Hesitei por momentos e depois dirigi-me ao quarto, colocando-me na posição que ditaras. Mais que nervosa começava a sentir algum receio… não que isso de algum modo diminuísse a minha excitação.

Sentia as bolas dentro de mim a cada movimento que fazia, pois, mesmo naquela posição, não conseguia imobilizar-me totalmente.
Ouvi-te ligar a televisão… e eu começava a sentir-me totalmente ridícula naquela posição.

Não dei por entrares no quarto, apenas te percebendo quando as tuas mãos começaram a desenhar nas minhas costas uma linha… com início na base da nuca, provocando um arrepio que percorreu todo o meu corpo, e prosseguindo… até agarrares o fio que prendia as bolas e começares a brincar com ele...

Continua

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Interlúdio

Por vezes preciso de momentos comigo. Não diria que aprecio a solidão, mas há alturas em que tenho necessidade de estar sozinha. A música certa a tocar, um vinho gelado a entorpecer docemente os sentidos e o mar tenuamente iluminado por uma lua que já foi cheia…
Perco-me na beleza da paisagem… nesse mar imenso que amo com uma intensidade que raia a loucura.
O reflexo da lua e das poucas estrelas que se atreveram a aparecer, espraia-se nas águas escuras.
Deslumbrante… perfeito em seu mistério.

Lembras-te da última vez que aqui estivemos?
Discutimos por um qualquer motivo sem sentido.
Jantaste sozinho.
Eu resolvi sair.
A noite estava como a de hoje. Fria, escura… um vento desagradável que gelava por dentro… ou talvez por dentro já estivesse gelada…

Fui até à praia. Partilhar as lágrimas com o meu eterno amante. Gelada a areia quando me descalcei. Mais gelada ainda a água. Molhei as mãos e passei-as no rosto… acalmou-me estar ali. O cheiro e o gosto do sal na pele…
Tudo parecia tão sem sentido visto dali. Perante aquele vasto mar mais patético parecia o motivo da discussão.
Estava frio e tinha saído sem casaco. Devia voltar… mas queria ficar, só mais um pouco… Sentei-me numa espreguiçadeira, daquelas que ficam abandonadas na areia para o dia seguinte, e enrolei os braços à volta dos joelhos na tentativa de reunir algum calor.
Só mais um pouco… sentia o corpo meio dormente. Talvez fosse mesmo altura de voltar.
Forcei-me a levantar e a percorrer o espaço que me levava de volta.
Só quando cheguei a casa me apercebi de que saíra sem chave. Não fazia ideia que horas eram… apenas que tinha de tocar à campainha para poder entrar.

Abriste a porta e afastaste-te dando-me passagem.
- Desculpa – disse meio a resmungar – esqueci-me da chave.

“- Quando queres és insuportável, sabias?” – disseste antes de me encostar à parede e de me tapar a boca com um beijo intenso que me impediu de te responder.
“-Sabes a sal…” – sussurraste.
As tuas mãos queimavam na minha pele, acariciando, explorando, despertando um fogo que aos poucos derretia o gelo que era o meu corpo.
Não sei dizer em que momento abriste o body… incómodo obstáculo à vontade que me… que nos consumia.
Apenas lembro quando me puxaste a saia e me levantaste no ar, as minhas pernas envolvendo a tua cintura.


E quando ali, encostados à parede, num precário equilíbrio, me penetraste com urgência. Os meus braços envolviam o teu pescoço e a minha boca devorava a tua sofregamente.
Cada estocada arrancava um gemido de puro prazer. Intenso, vibrante… urgente. Um desejo animal incontrolável que nos guiava, sem espaço para enganos, pela estrada do prazer… até ao limite do suportável… até ao êxtase final…
Os nossos corpos, suados, tremiam… saciados porém.

Bebo mais um gole de vinho…
Gosto destes momentos só meus, mas o que me faz sorrir é saber que não tardas em chegar.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Desejo


O licor gelado desliza pela garganta deixando um rasto de doçura que suavemente inebria os sentidos, toldando aos poucos a razão...

Ao ritmo da vontade, os meus dedos percorrem o trilho que os teus traçaram no meu corpo ainda há pouco...

Na pele as marcas do desejo mal contido que não parece saciar-se com mais nada... nem ninguém...

Procuro entender o porquê de continuar a entregar-me, o porquê de desejar essa entrega, o porque de ansiar quase desesperadamente por cada toque teu...

Talvez seja algo que não tem de ser entendido, apenas sentido... porque a razão não sabe explicar que loucura é essa que toma conta de mim... e conduz, uma e outra vez, os meus passos para ti...

terça-feira, 14 de abril de 2009

Playing games IV


“- Deita-te na cama.”

Com algemas forradas a veludo prendeste-me as mãos às colunas que suportavam o dossel, na cabeceira da cama. Sustive a respiração antecipando o prazer.
Fizeste o mesmo com os meus pés que prendeste às colunas de baixo. Encontrava-me totalmente imobilizada. Pensei que me fosses tocar… queria sentir-te. Mas limitaste-te a aumentar progressivamente, até ao limite, a intensidade do ovo vibratório que ainda se encontrava dentro de mim.

Deliciosa a sensação. Insustentáveis os gemidos que me agitavam o corpo. Queria tocar-me e assim alcançar a explosão que sentia a formar-se dentro de mim… mas não podia. E tu também não o fizeste. Limitaste-te a brincar, diminuindo a intensidade quando me adivinhavas perto de atingir o orgasmo.

- Quero sentir-te… gemi.
“- Não. Ainda não…
- Solta-me...
“- Convence-me!”

- Quero-te Paulo! Preciso de te sentir dentro de mim… quero o teu caralho a preencher-me totalmente… enlouqueces-me ao não deixar saciar este desejo que acendes em mim… solta-me… só por uns instantes…
“- Por uns instantes então… apenas isso.”

Soltaste-te da cama e de imediato te envolvi com os meus braços, puxando-te pelos cabelos e apertando-te contra mim. Beijei sofregamente esses lábios que me enlouqueciam… e fiz com te deitasses na cama. Tirei a roupa que ainda escondia o teu corpo de mim e atirei-a para uma cadeira que se encontrava ao lado da cama.

O teu olhar… adoro quando me olhas assim… intensamente… insanamente… um olhar onde o desejo comanda. O brilho que não escondem torna-os ainda mais verdes, sabias?

Meio a sério, meio a brincar coloquei as algemas nos teus pulsos, e prendi-os às colunas da cama…
“- O que estás tu a fazer… malvada.” – sussurraste.
- Shiu… - disse-te a sorrir.

Mordi-te o lóbulo da orelha e desci pelo teu pescoço… beijando cada centímetro de pele, agora à minha disposição… chupei ao de leve os teus mamilos e desenhei com a minha língua um trilho de saliva até ao teu umbigo… a tua respiração ofegante confirmava a excitação que a tua erecção também não saberia negar…

De joelhos na cama, e sem parar de te olhar nos olhos, levei o teu caralho uma vez mais à minha boca… percorri-o com a língua...
- Adoro sentir-te assim… e saber que estás assim por minha causa…

Sentia a tua respiração acelerada... e o bater descompassado do teu coração...

Afastei-me e abri ligeiramente as pernas… com a mão retirei o ovo… esperava que me repreendesses… mas a excitação falou mais alto que qualquer regra.

Coloquei-me sobre ti e guiei o teu caralho para dentro de mim… fi-lo deslizar devagar e depois movendo o quadril forcei-o todo para dentro de mim, não calando um gemido de prazer…
Também tu mordias o lábio inferior...

Sem parar o movimento que te empurrava (ou puxava?) cada vez mais para dentro de mim, deitei-me sobre ti e apoderei-me da tua boca…
“- Pára! Vais fazer com que me venha…”

Mas eu não queria… nem que quisesse conseguiria parar naquela altura. Também eu me sentia prestes a atingir o orgasmo… e não queria adiá-lo mais. Ao invés de parar, acelerei o ritmo até que um grito que soou em uníssono marcou a explosão do prazer… todo o meu corpo tremia… e a respiração teimava em não acalmar…

“- Malvada…” – murmuraste.
- Desculpa…
“- Se não me tivesses prendido à cama agora dava-te umas palmadas… andas a pedi-las…”
- Não seja por isso... mas só se prometeres que antes me dás banho…
“- Eu dou-te banho… mas depois. Solta-me agora.”

Deitei-me sobre ti para desapertar as algemas.
- Vais castigar-me agora? – sussurrei-te ao ouvido de forma provocadora.

Rolaste sobre mim e imobilizaste o meu corpo debaixo do teu. A tua boca tomou conta da minha. As minhas mãos no teu rosto puxavam-te mais para mim.
“- Deixas-me louco…”
- Bem feito… não seria justo que fosses só tu a ter esse efeito em mim…”
Falávamos por murmúrios, saciando-nos em carícias…

“- Quase me esquecia…”
- Sim?
“- Tenho de castigar-te…”
Sentaste-te na cama e puxaste-me de forma a que ficasse no teu colo de barriga para baixo. Uma palmada forte… eu nada disse.

“- Devia dar-te uma por cada minuto de atraso…” - disseste ao meu ouvido.
Um tremor involuntário percorreu o meu corpo.
“- mas íamos perder o resto da tarde… e há formas bem melhores de a ocuparmos…”
Evitei um suspiro de alívio.
Uma outra palmada com mais força ainda. E outra. E outra ainda.
“- Gosto de te ter assim… submissa. E de ver este rabinho lindo bem vermelho…”

Beijei-te… um beijo longo… intensamente saboreado. Inebriava-me a sensação de me entregar a ti.
Pegaste-me ao colo e levaste-me para a banheira… tão bom aninhar-me nos teus braços… pousaste-me e entraste comigo. Puseste a água a correr e empurraste-me para debaixo do chuveiro.
- Não. Está fria ainda!

Claro que fizeras de propósito. Mas não demorou a aquecer. Foi a minha vez de te puxar… a água escorria pelos nossos corpos acariciando cada centímetro da nossa pele. As nossas bocas unidas saciavam outra sede… não usámos o gel, apenas a água e as nossas mãos… sabíamos que antes do dia findar estaríamos novamente ali.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Playing games III


Levantámo-nos e dirigimo-nos ao elevador. O restaurante que escolheras ficava no 1º piso. Àquela hora não havia ninguém nos elevadores.

Mal entrámos, encostaste-me ao espelho e beijaste-me com sofreguidão enquanto a tua mão me acariciava o clitóris. Voltaste a ligar o ovo e eu deixei de fazer qualquer esforço para controlar os gemidos de prazer que os teus dedos me arrancavam.

O elevador parou e a porta demorou a abrir, dando-me tempo para me recompor antes de sair para a rua. Mas não era a rua que nos esperava.

Olhei-te inquisitiva e tu sorriste divertido com a minha surpresa. Pegaste-me na mão e conduziste-me a um quarto… 712, era o número que a porta exibia.

Abriste-a sem hesitar e entrámos. As janelas estavam abertas, iluminando um espaço amplo ocupado por um sofá e uma enorme cama com dossel. Ao lado uma porta para o quarto de banho.

Pendurei-me no teu pescoço inebriada pela deliciosa surpresa que prepararas… e talvez pelo vinho também, e beijei-te longamente, saboreando a tua língua e cada recanto da tua boca.
- Quero-te… quero-te tanto.
“- Eu sei. Mas ainda não.”

Retiraste as minhas mãos do teu pescoço e afastaste-me. Dirigiste-te ao sofá e sentaste-te calmamente acendendo um cigarro.
“Despe-te.”

Comecei a desapertar o vestido que caiu a meus pés. Lentamente desapertei o soutien, acariciando os meus seios no percurso. Descalcei os sapatos de salto alto… e deixei-me ficar nua à tua frente. Entre as pernas apenas o fio que prendia o ovo. Fiz menção de o tirar, sem parar de te olhar. Um ligeiro aceno de cabeça proibiu-me de o fazer.

Como se só então te lembrasses dele, ligaste-o uma vez mais. Um arrepio electrizante percorreu o meu corpo quando o fizeste.
“- Ajoelha-te e toca-te para mim.”

Ajoelhei lentamente e abri ligeiramente as pernas. Com uma mão acariciei o biquinho duro dos meus seios, apertando… enquanto a outra deslizou para o meu clitóris… e comecei a tocar-me. Estava tão molhada, tão quente… aceleraste a intensidade da vibração e com ela o meu ritmo cardíaco, e a minha respiração ofegante…

- Não quero brincar sozinha… quero-te – supliquei.
Sem esperar que dissesses algo, dirigi-me de joelhos até ti. Adorava ver aquele brilho no teu olhar. Acariciei-te por cima dos jeans e senti a tua erecção… não me disseste para parar, por isso continuei, abrindo-te o cinto e desapertando os botões que escondiam de mim o teu caralho…

Coloquei as mãos por dentro dos boxers e toquei-te… estavas tão duro. Tirei-to para fora e comecei a acariciá-lo primeiro com a ponta dos dedos… depois com a língua… humedeci-to todo e chupei devagar a glande, engoli-to com vontade… adoro sentir-te a endurecer e a engrossar mais ainda na minha boca… adoro sentir na boca a tua excitação a aumentar…

Aos poucos aumentei o ritmo, engolindo-to quase todo… lambi e chupei os tomates, antes de voltar a concentrar-me nele.
Nesta altura seguraste os meus cabelos e fizeste que parasse.

- Não… - gemi – deixa-me continuar… prometeste-me sobremesa… - disse-te lasciva.
Riste com vontade.

A tua voa soou rouca quando me respondeste. “- Não quero que me acuses de quebrar uma promessa. Chupa-o, engole-o como só tu sabes fazer…”

Mas não deixaste que o fizesse sozinha. Agarraste-me e forçaste-me a engoli-lo todo… quase me sufocando. Aumentaste o ritmo, forçando-o até ao fundo da minha garganta, mal conseguia respirar e tu não paravas… cada vez mais depressa… até que gemido teu… e um líquido quente escorrendo pela minha garganta marcaram o atingir do orgasmo. Lambi cada gota que ficou… sabes o prazer que me dá dar-te prazer…

Continuavas sentado no sofá. Acendeste novo cigarro e passaste-mo. Aspirei longamente e senti o fumo preencher-me antes de o voltar a expelir. Devolvi-to e deixei-me ficar a aguardar o que estaria para vir...

Continua

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Playing games II


Pouco depois voltaste tu. Fizeste sinal ao empregado que de imediato se aproximou e disseste-lhe que podia trazer as entradas e o vinho que tinhas escolhido.

Olhaste-me nos olhos com um sorriso atrevido, e pousaste a tua mão sobre a minha. Arrepiou-me o teu toque.
Não sustive um gemido quando o ovo que me introduziras começou a vibrar.

“- Shiu…” - disseste baixinho continuando a sorrir e não deixando de me olhar nos olhos.

Dentro de mim o ovo tremia, alternando a intensidade da vibração e deixando-me louca. Mas apenas o rubor da minha face e o brilho dos meus olhos o denunciava.
Apertei as mãos uma na outra na tentativa de controlar as ondas de excitação que corriam pelo meu corpo.

Queria pedir-te para parares, mas a tua expressão demonstrava bem o prazer que estavas a ter com tudo aquilo. Não queria negar-te isso. Mas estava a ser por demais difícil controlar…

O empregado voltou. Pousou as entradas e deu-te o vinho a provar. Imperturbável, mandaste-o servir.
“- Prova.”
A minha mão tremia quando peguei no copo e o levei aos lábios, bebendo um gole que deslizou pela garganta, suave, macio, ligeiramente amargo.
- Delicioso… murmurei.

Levei um dedo ao copo e molhei-o, fazendo-o depois deslizar pelos meus lábios, provocando-te… chupei-o ligeiramente sem parar de te olhar.

O teu olhar não escondia a excitação que o meu gesto provocara… e eu sabia bem disso. Para me mostrares que podíamos os dois brincar àquele jogo, aumentaste a intensidade da vibração, e um gemido escapou dos meus lábios.

- Por favor… - pedi. Sentia que toda eu tremia ao ritmo que me impunhas com o comando que guardaras para ti.
Doce tortura…

Levei o copo aos lábios e bebi mais um pouco. Quase me engasgava quando voltaste a pressionar o botão que regulava a intensidade da vibração.
“- Algum problema? – perguntaste com um sorriso indecentemente provocador.
Acenei que não… problema nenhum… estava a adorar cada momento…

- Quero-te… não podemos sair já?
“- Ora essa e perder o que se afigura um almoço delicioso? Claro que não.”
- Paulo…
“- Não tocaste nas entradas. Não tens fome? – disseste enquanto espetavas um garfo na salada de camarão e ananás.
- Tenho… de ti…

“- Sei... mas terás de esperar. Afinal, foste tu quem se atrasou.”
Acabei por retirar um pedaço de ananás e mordisquei-o. A intensidade da vibração diminuíra, e tornava-se mais fácil tentar agir normalmente.
Tu eras porém o meu único apetite.

Acabei de beber o vinho que tinhas colocado no meu copo e estendi-to para que o enchesses.
“- É melhor comeres qualquer coisa. Não te quero embriagada.”
Mas fizeste-me a vontade e encheste-me o copo.
Quando chegaram os pratos forcei-me a comer qualquer coisa, porque realmente o vinho começava a fazer efeito, ou talvez nem fosse o vinho.

Olhei-te e pensei que eras tu que me embriagavas… com toda a loucura que despertavas, com todo o prazer que me oferecias.
Comeste lentamente saboreando cada garfada e fazendo durar o momento. Eu não conseguia parar quieta. Não imaginava a hora de sair dali e saborear-te. Só tu podias saciar aquela fome.

Finalmente terminaste e fizeste sinal para o empregado, que me perguntou se a comida não me havia agradado, uma vez que mal tocara no prato. Gaguejei uma desculpa qualquer de falta de apetite.

Perguntou se íamos querer sobremesa. Olhei-te em suspenso na expectativa que pedisses o café.
Dando resposta às minhas súplicas silenciosas, pediste dois cafés.

Fizeste sinal que me aproximasse, como se me quisesses contar um segredo e disseste em surdina “- Já te dou a sobremesa.”

Sorri em resposta, mordendo o lábio inferior, como sempre fazia quando estava nervosa. Tinha desejado que o almoço chegasse ao fim. Mas agora aquela ansiedade do que se seguiria entorpecia-me os sentidos, e deixava um friozinho na barriga. Sentia-me a tremer. E agora não era resultado do ovo que enfim desligaras.
Continua